Por Fábio Lopes da Silva. A noção de diferença está hoje por toda parte: nos sonhos dos progressistas, nos pesadelos dos conservadores e reacionários. Os primeiros falam em tolerar as diferenças, em acolhê-las, incluí-las, aprender com elas, metabolizá-las. Os últimos desconfiam de sua presença, veem-na como ameaça, infecção, disrupção, corrupção. Há quem suponha que muros... Continuar Lendo →
Brasis em conflito acima de tudo
Por Luiz Henrique Queriquelli. Nunca, especialmente nos meus tempos mais pueris, entendi bem por que os britânicos idolatravam tanto sua rainha. Até hoje ainda desdenho o lado fetichista dessa idolatria, mas sua recente morte e os últimos capítulos da história do Brasil me fizeram refletir sobre algo que ela representa para aquela perene nação insular... Continuar Lendo →
As armadilhas da política identitária
Por Heron Moura. Agora que teremos provavelmente um novo presidente no Brasil, mais voltado para as causas populares, é importante discutir os significados e limites de certos tipos de ação política. Refiro-me às políticas identitárias, baseadas em raça, gênero e outras categorias sociais. Em livro publicado em 2018, Hasad Haider abordou os diferentes dilemas da... Continuar Lendo →
Carta a um jovem filósofo brasileiro
Por Wellington Lima Amorim. Este artigo é uma resposta ao texto “Por uma filosofia da violência”, de Alexandre Meyer Luz, publicado na edição de setembro da Fora do Eixo. O tempo passa e a cabeça gira quando somos provocados a pensar em uma filosofia da violência. Para desenvolvermos qualquer argumentação sobre o tema, precisamos obviamente... Continuar Lendo →
Por uma filosofia da violência
Por Alexandre Meyer Luz. Meu hobby consiste em estrangular pessoas e em tentar romper as suas articulações. Não, eu não sou uma versão contemporânea de Jack, o Estripador. Eu sou um faixa-preta de jiu-jitsu brasileiro, aquela luta que se tornou famosamente associada, num certo imaginário popular, a indivíduos violentamente selvagens; e eu sou, também, um... Continuar Lendo →
O demônio da inocência
Por Fábio Lopes da Silva. Houve um tempo em que a santidade era um país remoto – “um Oriente ao oriente do Oriente”, para repetir o célebre verso de Pessoa no Opiário. Chegar até lá custava rios de sangue, suor e lágrimas de quem se propunha a enfrentar semelhante travessia. Requerer a ajuda do Criador... Continuar Lendo →
Violência? Vou colocar meus óculos especiais e esquecer disso
Por Heron Moura. Temos uma capacidade incrível de filtrar e anular a violência sofrida pelos outros. É uma cegueira seletiva: só vemos a dor que nos pertence. Estou morando na Austrália, que é um país muito pacífico. Em 2020, houve apenas duzentos assassinatos, para uma população de mais de 25 milhões de pessoas. Para que... Continuar Lendo →
O aborto como negação do Estado de Direito
Por Fábio Lopes da Silva. Bem sei que a adolescência é um período conturbado, no qual o ritmo bovino do rio da infância é subitamente sacudido por correntezas e cachoeiras que ora lançam o indivíduo em direção às exigências e possibilidades da vida adulta, ora o empurram de volta ao passado, quando não fazem as... Continuar Lendo →
“É um pecado abortar”
Por Luiz Henrique Queriquelli. Dois eventos recentes trouxeram à baila uma das questões morais mais controversas para a humanidade: o aborto. Refiro-me à sentença da juíza Andréia Sadi, de Tijucas-SC, que negou o aborto a uma menina de 11 anos, comparando o procedimento a um homicídio,[1] e à recente decisão da Suprema Corte dos EUA... Continuar Lendo →
O direito ao aborto como política
Por Karoline Gregol Pereira. Recentemente, deparamos com o caso de uma criança de 11 anos que teve o aborto negado após sofrer violência sexual. O acontecimento rapidamente deu ensejo a uma discussão calorosa. De um lado, ficaram representantes da posição pró-escolha, ligada aos movimentos feministas, que defendiam o direito da menina sob o argumento de... Continuar Lendo →